Material referente ao Projeto Vivendo a História
Há dois anos ocorreu a Batalha de
Sekigahara, última grande batalha antes do início da nova Era. Muitos bons
homens deram a vida por seus clãs, por sua pátria e por sua honra. Partidários do
clã Tokugawa enfrentaram os Toyotomi e seus aliados.
Os membros do clã Ukita,
chefiados por Hideie, Daimyo da província de Bizen, eram um desses.
A cidade de Okayama estava
esvaziada, pois muitos dos homens haviam partido para a batalha e ainda não
haviam retornado. Todos aguardavam ansiosamente pelo retorno de seu Daimyo, ou
ao menos por notícias do andamento da guerra. Contudo, numa tarde chuvosa,
foram avistados ao longe dezenas de cavaleiros e soldados à pé, que vinham pela
estrada, em direção ao castelo de Okayama, onde habitava a família do Daimyo e
seus empregados.
Mas... Ao invés de seu senhor,
eram inimigos que se aproximavam, ostentando a bandeira com o desenho de um
círculo com três folhas de Alceia, o mon
dos Tokugawa. Samurais e soldados dirigiram-se ao palácio alardeando a vitória
de sua facção e exigindo a presença de todos os relativos de Ukita Hideie,
imediatamente, para quem deveriam ler uma carta que havia sido escrita por ele.
Prontamente, a esposa dele, com
seus dois filhos mais velhos, seus parentes e seus samurais, postaram-se na
frente do castelo e ouviram a leitura, onde Hideie desculpava-se ao seus pelo
seu fracasso e declarava sua rendição, entregue em nome do bem estar de sua
família e de seus dependentes. Explicava também que seu desejo era que não
houvesse mais mortes e que seus homens aceitassem a opção do exílio, assim como
ele a havia escolhido para si e sua família.
A tragédia foi lamentada por
todos de sua região, cuja lealdade havia
sido conquistada e perpetuada há mais de décadas por seu pai, que, ao longo das
diversas guerras que ocorreram durante o período Sengoku, foi capaz de
provê-los, ainda, de proteção, paz e alimento.
A província de Bizen fora entregue
como espólios de guerra a Kobayakawa Hideaki, um jovem general de Tokugawa
Ieyasu. Porém ele teve algumas dificuldades com os antigos vassalos, e, não
conseguindo estabelecer a ordem através da diplomacia, foi obrigado a fazer uso
da força para neutralizá-los, quando estes pegaram em armas para tentar negá-lo
a posse do palácio de Okayama, capital da província.
Vitorioso, Kobayakawa Hideaki foi
legitimado como Daimyo de Bizen e agora faz de tudo para trazer de volta à
normalidade a vida de seus dependentes.
Por isso anunciou, numa mostra de
amizade e boa vontade, a realização de um grande festejo no verão, em homenagem
ao Sol, ao Mar e ao Universo. E convidou os nobres vizinhos e os camponeses de
suas terras para que comemorassem com ele a inauguração de um novo Dojo, que seria
presenteado a seu filho herdeiro.
Toda a cidade, os campos, os
templos e o castelo se envolveram nos preparativos para o grande festival. E no
fundo de seus corações desejavam, como seu antigo senhor, que a paz e a ordem
reinassem, de uma vez por todas, em todo o Japão.
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