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17 de março de 2014

Vivendo a História - Ninja



No ano de 1574 nasceu em Kyoto uma criança frágil, de uma mulher muito pobre que havia sido violada por um soldado vil qualquer, que passava pela cidade. E, ao completar cinco anos, tendo o marido dela notado que o garoto não se parecia em nada com ele, obrigou-a a contar a verdade sobre o ocorrido. Furioso e envergonhado ele começou a beber e sua mulher, apavorada, levou a criança para o quarto. O garoto escutou os gritos da discussão e coisas quebrando. Até não ouvir mais nada. Ele chorou aquela noite no quarto, esperando que alguém viesse buscá-lo. Mas isso não aconteceu.

Na manhã seguinte, faminto, foi até a cozinha, onde o corpo de seu pai jazia sem vida no chão, sobre uma poça de sangue. Sua mãe estava coberta com a mesma matéria vermelha e pegajosa, com uma faca nas mãos. Ela havia se suicidado.

Perdido na grande cidade imperial, a princípio permaneceu em sua casa, mas logo a percebeu sendo invadida por bandoleiros e bêbados que, quando por sorte, ignoravam sua presença, bagunçavam a casa, e usavam-na como bem entendiam. Era um casebre no subúrbio da cidade, não entendia o que seu pai fazia, pois ficava sempre com sua mãe, aprendendo a cuidar da casa, e seu pai nunca gostou muito dele. Quando bandoleiros começaram a expulsá-lo de lá, a comida já era conseguida apenas através de esmolas que pedia nas casas.

Contudo, a época das guerras trouxe uma crise para os mercadores, e os preços já não eram acessíveis para um mendigo, como ele. E, sem pensar nas consequências, começou a roubar para comer. Até que, uma vez, quando fora pego por um vendedor de Manju, roubando um de seus pãezinhos doces, um samurai pagou por ele e disse para que comesse o quanto quisesse. Ele apresentou-se, chamava-se Hattori Hanzō, e perguntou a história do menino. Perguntou se ele não gostaria de ir morar com ele. Poderia arranjar-lhe um emprego e uma vida digna, se ele se esforçasse, e assim desejasse. Perdido nas suas próprias convicções não soube responder outra coisa, a não ser: "Por favor, me leve com o senhor!"

Hanzō não era da capital, mas de Iga, que ficava bem próxima, e levou o garoto para lá. Contudo, chegando lá, o menino aprendeu que existem dois tipos de homem: Os que temem a escuridão, e os que tiram proveito dela. O vilarejo para o qual Hanzō o havia levado, nada mais era, que um vilarejo shinobi, onde treinavam a céu aberto as artes de espionagem, sobrevivência, combate e dissimulação. Muito do que ele já havia experimentado, tendo que lidar com os homens e cachorros nas ruas de Kyoto, nos meses que passou habitando-as junto dos ratos.


Em dois anos já despontava entre os demais garotos da vila, e passaram a chamá-lo de Kurayami no Ko, que significa: filho da escuridão. Havia uma hierarquia entre os membros praticantes do ninjutsu e lá ele soube que Hanzō era a cabeça do clã Hattori, mas quase nunca estava lá, por que era guarda-costas de Tokugawa Ieyasu. Seu treinamento consistia em técnicas de espionagem, assassinato, primeiros socorros, combate discreto, longas corridas e escaladas, movimentação furtiva... Via também outros shinobi de lá treinando diversas artes, que serviriam mais tarde como possíveis disfarces para eles. Ninjas eram contratados por pessoas de fora para exercerem seus mais diversos papéis, de acordo com as ordens de seus senhores.

Para a desgraça de todos, naquele ano Oda Nobunaga enviou tropas para acabar com este e outros clãs shinobi, forçando os poucos sobreviventes a escapar como pudessem, e buscar em outras regiões abrigo. Ele refugiou-se numa academia em Kyoto, por ordens de Hanzō, adotou o nome Okura, e lá continuou seu treinamento, disfarçadamente, servindo a um desagradável mestre de Sumō, um grande shinobi, estrategista e assassino, mas altamente repulsivo e intolerante.



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