Durante esta semana, e quiçá durante a próxima também, estarei trasladando os textos daqui para uma página no facebook que criei ontem, à fim de dar mais visibilidade ao conteúdo do blog, e promover uma dinâmica mais intensa entre o autor e os leitores....
Por isso, quem acompanhar o blog (afinal, nunca tenho certeza de que alguém faça isso, pois até agora só tenho 3 mensagens em quase 50 textos...) Curta a página e nos ajude a divulgá-la... minha motivação pela fantasia ganha força quando outros embarcam nelas comigo... Vamos criar, vamos escrever, e vamos nos encantar...
Um abraço a todos! Vamos continuar seguindo estes belos passos dos trovadores!
Sugestões, Pedidos e Dúvidas
Bem, espero que todos sintam-se livres para requisitar trabalhos específicos, sugerir procedimentos de postagem, fazer algum pedido ou tirar qualquer dúvida.
Agradeço pelas visualizações, mas agradecerei ainda mais pela participação no trabalho! Sintam-se livres para comentar e participar da construção das obras que serão para todos nós!
Se não quiserem fazer isso diretamente aqui, em alguns dos posts, há ainda a página no facebook
31 de março de 2014
30 de março de 2014
Vivendo a História - Prólogo
Material referente ao Projeto Vivendo a História
Há dois anos ocorreu a Batalha de
Sekigahara, última grande batalha antes do início da nova Era. Muitos bons
homens deram a vida por seus clãs, por sua pátria e por sua honra. Partidários do
clã Tokugawa enfrentaram os Toyotomi e seus aliados.
Os membros do clã Ukita,
chefiados por Hideie, Daimyo da província de Bizen, eram um desses.
A cidade de Okayama estava
esvaziada, pois muitos dos homens haviam partido para a batalha e ainda não
haviam retornado. Todos aguardavam ansiosamente pelo retorno de seu Daimyo, ou
ao menos por notícias do andamento da guerra. Contudo, numa tarde chuvosa,
foram avistados ao longe dezenas de cavaleiros e soldados à pé, que vinham pela
estrada, em direção ao castelo de Okayama, onde habitava a família do Daimyo e
seus empregados.
Mas... Ao invés de seu senhor,
eram inimigos que se aproximavam, ostentando a bandeira com o desenho de um
círculo com três folhas de Alceia, o mon
dos Tokugawa. Samurais e soldados dirigiram-se ao palácio alardeando a vitória
de sua facção e exigindo a presença de todos os relativos de Ukita Hideie,
imediatamente, para quem deveriam ler uma carta que havia sido escrita por ele.
Prontamente, a esposa dele, com
seus dois filhos mais velhos, seus parentes e seus samurais, postaram-se na
frente do castelo e ouviram a leitura, onde Hideie desculpava-se ao seus pelo
seu fracasso e declarava sua rendição, entregue em nome do bem estar de sua
família e de seus dependentes. Explicava também que seu desejo era que não
houvesse mais mortes e que seus homens aceitassem a opção do exílio, assim como
ele a havia escolhido para si e sua família.
A tragédia foi lamentada por
todos de sua região, cuja lealdade havia
sido conquistada e perpetuada há mais de décadas por seu pai, que, ao longo das
diversas guerras que ocorreram durante o período Sengoku, foi capaz de
provê-los, ainda, de proteção, paz e alimento.
A província de Bizen fora entregue
como espólios de guerra a Kobayakawa Hideaki, um jovem general de Tokugawa
Ieyasu. Porém ele teve algumas dificuldades com os antigos vassalos, e, não
conseguindo estabelecer a ordem através da diplomacia, foi obrigado a fazer uso
da força para neutralizá-los, quando estes pegaram em armas para tentar negá-lo
a posse do palácio de Okayama, capital da província.
Vitorioso, Kobayakawa Hideaki foi
legitimado como Daimyo de Bizen e agora faz de tudo para trazer de volta à
normalidade a vida de seus dependentes.
Por isso anunciou, numa mostra de
amizade e boa vontade, a realização de um grande festejo no verão, em homenagem
ao Sol, ao Mar e ao Universo. E convidou os nobres vizinhos e os camponeses de
suas terras para que comemorassem com ele a inauguração de um novo Dojo, que seria
presenteado a seu filho herdeiro.
Toda a cidade, os campos, os
templos e o castelo se envolveram nos preparativos para o grande festival. E no
fundo de seus corações desejavam, como seu antigo senhor, que a paz e a ordem
reinassem, de uma vez por todas, em todo o Japão.
24 de março de 2014
Vivendo a História - Introdução
Material referente ao Projeto Vivendo a História
Durante o Período Sengoku, guerra
e morte foram palavras muito utilizadas. Uma disputa louca pelo poder tomou
conta de todo o Japão e de todo o seu povo num conflito infeliz e duradouro.
Enquanto o Shogun e seus Vassalos viviam na capital, Kyoto, desfrutando dos
impostos de suas terras, nelas, seus administradores usurpavam o poder, faziam
acordos com a população e com seus vizinhos, construíam forças particulares
longe do conhecimento de seus senhores.
Contudo, quando ficou claro que
uma nova ordem política estava emergindo sob os pés dos poderosos, e
derrubando-os, o auge da Era das Guerras foi declarado. Os exércitos começaram
a se movimentar e as extensas terras de cultivo começaram a ser irrigadas com seu
sangue.
A guerra civil tornou-se drástica
e monstruosa. Enquanto uns lutavam por poder, outros lutavam para mantê-lo. As
décadas de conflito e caos consumiram as forças dos japoneses, principalmente
dos Ashikaga, que estavam no poder há mais de dois séculos e agora já não
conseguiam estender sua vontade para além de seus jardins.
Até que, movidos por diferentes
ambições e ideais, alguns senhores de terras e chefes militares se uniram numa
empreitada que visava consolidar um poder pacificador e centralizador no Japão.
Através da guerra eles buscaram a
paz.
Através do caos, estabelecer a
ordem.
Através do medo, trazer
esperança.
E através da morte, uma vida nova
ao povo japonês.
O primeiro foi Nobunaga, do clã
Oda, o segundo, seu vassalo, Hideyoshi, do clã Toyotomi. E por fim, aquele que
recebeu o título de Shogun, Ieyasu, do clã Tokugawa.
A soma de suas renomadas proezas
permitiu que estes três homens unificassem, debaixo de uma mesma bandeira,
todas as terras do Japão e através do ênfase que deram à simbólica figura do
Imperador foram capazes de imbuir a si mesmos com semelhante esplendor.
Massacraram seus inimigos,
perseguiram seus opositores, desarmaram os camponeses, fortaleceram suas
fronteiras, controlaram os impostos, reestruturaram os cargos burocráticos,
reorganizaram o mapa político, e começaram a definir de forma decisiva os
caminhos que o Japão, agora, trilharia.
21 de março de 2014
Vivendo a História - Ronin
Arte Jorge Luiz Silveira
Nascido em 1573, no ventre da
classe camponesa, Tadashi passou boa parte de sua infância ajudando sua família
a cuidar do campo, visitando o templo xintoísta de Okayama nos dias de culto e
celebrações, para receber as bênçãos dos deuses, e prestar suas orações aos
seus ancestrais.
Aos quinze anos ofereceu-se para
servir como soldado na cidade do palácio, pois estava cansado da pacata vida no
campo. Além disso, gostaria de poder contribuir de outra forma para a
sobrevivência de sua família, e começou a trabalhar para Shukun Kenmeina, o
goushi e prefeito de Okayama.
Contudo, no ano de 1590, foi
ordenado que escoltasse até Kyoto o daimyo Ukita Hideie, que, por coincidência,
nascera no mesmo ano que ele, junto com um grupo de outros samurais e soldados.
Ele não sabia, porém, que essa viagem o guiaria para um cerco de três meses
contra o castelo de Odawara, na província de Sagami. Neste cerco, as forças de
Toyotomi Hideyoshi enfrentaram as forças opositoras trancafiadas no castelo, do
clã Hojo. Lá, ficou sabendo que Hideyoshi, o grande general japonês, galgara
desde a plebe, pois seu pai era apenas um Ashigaru, até o cargo de kampaku, isto é, ministro do imperador.
Com uma diferença de forças
colossal a estratégia deste embate foi basicamente a de cortar as entradas e
saídas inimigas e exaurir todos os seus recursos. Por isso, poucas escaramuças
aconteceram, mas foi numa delas que Tadashi salvou a vida de Hideie, quando um
grupo inimigo circundou suas defesas e alcançou o flanco defendido por seu
senhor, que acabou perdendo o controle de seu cavalo e caindo no meio dos oponentes.
Tadashi, corajosamente, saltou
também para o meio dos inimigos e, pondo sua vida em risco, salvou seu senhor. Ele
foi parabenizado e exaltado por ter se destacado como guerreiro hábil, bravo e leal.
Hideie dizia que Tadashi possuía um espírito muito intrigante, e que a forma
com que manuseava a espada era fascinante, para quem nunca havia treinado um
estilo de Kendo ou estudado qualquer arte militar.
A partir daí fora nomeado Samurai
da casa Ukita, e serviu-a lealmente, treinando arduamente para melhor defendê-la.
Hideie fez questão de mantê-lo sempre ao seu lado nas batalhas que se seguiram,
como a campanha na Coréia, da qual voltaram apenas oito anos depois, com Tadashi
gravemente ferido. Por isso, na batalha de Sekigahara Hideie pediu para que ele
ficasse em seu castelo, e tomasse conta de sua mulher, que estava grávida de
seu terceiro filho, e treinasse os outros dois.
Decepcionado, mas sempre leal, Tadashi
acatou a ordem que recebeu, apenas para presenciar a vergonhosa humilhação pela
qual seu clã teve de passar. A pedido de sua senhora, esposa de Hideie,
entregou-se com ela e os demais aos homens de Tokugawa, para evitarem mais
mortes, mas, numa noite da viagem, armaram uma fuga e ele a levou até a
segurança de um castelo aliado, do clã Maeda, e de lá ela foi capaz de se
corresponder e mandar presentes para seu marido e filhos.
Agora, dois anos haviam se
passado, e era hora dela recobrar seu filho que ainda devia estar com o
ferreiro de Okayama e sua mulher, para levá-lo para junto de sua verdadeira
família. E era essa a tarefa de Tadashi agora.
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