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14 de março de 2014

Vivendo a História - Ferreiro

Conteúdo referente ao Projeto Vivendo a História 


Nascido no ano de 1552, um homem já de certa idade, Kajiya Sen'yō, viveu toda sua vida em Okayama. Na sua juventude viu Ukita Naoie, pai de Ukita Hideie, transformar a província de Bizen, de uma extensa área improdutiva, num grande centro produtor de arroz, onde agora vivem muitas famílias. Viu-o dar início à reconstrução do castelo de Okayama, incentivar o comércio e a manufatura e transformá-la numa bela cidade, limpa e organizada. Viu-o negociar com sabedoria e correto julgamento. Em 1573 viu o pequeno Hideie nascer e crescer forte e seu pai falecer, nove anos depois, mas como ainda era muito jovem quem tomou a frente do castelo foi seu tio, Tadaie, irmão de Naoie.

A vida toda foi ferreiro, assim como seu pai e seu avô o eram antes dele. Em reconhecimento ao seu esmero, sua perseverança, seu comprometimento e sua habilidade no que fazia foi chamado para trabalhar no castelo quando este foi completado por Hideie, e forjou muitos utensílios, ferramentas e armas para seus senhores.

Sua oficina foi transferida para dentro da área reservada para os funcionários do castelo, logo na margem externa do fosso, onde também lhe concederam uma casa onde poderia morar com sua mulher, uma órfã que conhecera numa viajem e que ofereceu-se para ajudá-lo em seus serviços em troca de comida, apenas. Mas ele afeiçoou-se por ela, e aceitou-a como esposa.

Há dois anos atrás, o vilarejo estava vazio, pois muitos dos homens haviam partido para tentar a sorte na batalha de Sekigahara e ainda não haviam retornado. Sen'yō acordou numa noite com o chamado de sua esposa. O fraco gemido transformou-se em gritos e quando ele correu para vê-la percebeu que seu filho estava nascendo, mas vinha mais cedo que o esperado.

Preocupado correu com ela em seu colo até o castelo para pedir às parteiras, que estavam lá aguardando pelo filho da esposa de seu senhor Hideie, que também estava para nascer, para que acudissem sua esposa, mas recebeu a notícia de que elas estavam ocupadas pois estavam agora com a senhora, porque nascia seu terceiro filho. Desesperado, suplicou para que o deixassem entrar. Comovidos por seu sofrimento, os guardas o acompanharam até o quarto onde sua senhora estava recebendo os cuidados.

Contudo, até o dia seguinte o seu bebê ainda relutava em sair, e para desanuviar a mente, voltou à sua oficina. No fim do mesmo dia descobriu que seu filho nascera morto, mas que sua esposa estava bem, e se recuperando, e estava ainda ajudando a senhora com seu bebê, pois de seus peitos não saía o leite, enquanto dos de sua esposa sim.

Uma semana depois chegaram as tropas de Kobayakawa Hideaki, em nome de Tokugawa Ieyasu, para levar presos todos os membros do clã Ukita. E foi nesse dia que sua esposa voltou para casa com um bebê, mas não o seu, o de sua antiga senhora. Ela explicou que armaria sua fuga com alguns samurais quando fosse possível e que retornaria para recuperar o filho. Não podia levá-lo, pois não teria como alimentá-lo, e temia pelo pior numa viagem de soldados, como prisioneiros, mesmo que nobres, e confiava neles para cuidar da criança até lá, pois os homens de Hideaki não teriam como desconfiar, nem nenhum outro da cidade, pois ninguém nunca soube que ela perdera o bebê.

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