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13 de novembro de 2013

(Ideias para uma Animação) A Saga de Mormek - Possível Primeiro Episódio

Capítulo 1

A Partida

Numa era onde tudo parecia ser belo, mágico e grandioso nas terras de Baelon o cometa J’tahr Neleth Bjork Kalahdelohr cortou mais uma vez os céus com sua cauda rubra trazendo nela a profecia da guerra que findaria aquela era e daria início a uma nova. As raças se prepararam mais uma vez. Conselhos de sábios e reis se reuniram, as antigas ordens foram restauradas, armas reforjadas. A guerra era iminente.

De um canto a outro do continente, exércitos se mobilizavam e preparavam suas antigas fortalezas para a Grande Guerra que decidiria qual a Rei seria o Senhor Supremo das Terras de Baelon. Isso traria à sua casa e à sua raça Honra! Pelo menos era isso que era dito pelos Anciãos sempre que o cometa surgia novamente a cortar a imensidão azul que era o céu.

Os Elfos faziam seus preparativos nas imensas florestas de Lilith. Preparavam suas flechas e espadas afiadíssimas de Ferro da Lua, como chamavam o metal mágico que usavam em suas forjas. Preparavam suas armaduras de Mithral, o metal mais leve e resistente de Baelon e convocavam novamente a ordem dos Irmãos da Floresta para comandar seu exército.

Os Homens, que tinham tido Gondar de Termotéia como último Senhor Supremo de Baelon na ordem de sucessão, guarneciam suas imensas fortalezas de pedra crua e cinzenta com milhares de guerreiros e armas. Reorganizavam e treinavam novos jovens para montar as bestas aladas que davam nome à Ordem dos Cavaleiros de Dragão.

Os anões reabriam os antigos túneis subterrâneos que ligavam as montanhas de Rorkrentekir, a capital de sua nação com o restante de suas fortalezas e cidades subterrâneas e reuniam-se em seus demorados conselhos políticos para nomear os representantes de cada Clã, para que estes, juntos, pudessem guiar seu povo para a guerra com os mais bem trabalhados equipamentos.

Os clãs dos anões eram muito focados em seus desígnios, e cada facção dessa enorme diminuta raça era responsabilizada, nos momentos das guerras, por alguma parte da produção. O Clã da Folha era o clã dos plantadores e agricultores, o da Pedra o dos pedreiros e engenheiros, o do Aço dos ferreiros, o do Sangue dos guerreiros, o do Ouro dos mercadores, e assim por diante. E todos os anões acreditavam que isso era um desígnio de seu antigo Deus Temyr.

Na verdade, quase todos…

- Mormek! Você não pode sair de casa para se tornar um cavaleiro! – A mãe dele gritava do lado da lareira, agitando a colher de pau enquanto ele se debruçava sobre um prato de assado.

O pai dele estava do outro lado da mesa, vestido em seu avental de couro remendado imundo de cinzas. Tinha tirado as grossas luvas, estas repousavam ao lado de seu prato. Velas e tochas ajudavam a lareira a iluminar toda a cozinha. A presença do aço refletindo o fogo bruxuleante em quase todos os objetos de lá denunciava automaticamente a proveniência deles do Clã do Aço.

Mas ainda assim, se isso não fosse o suficiente para provar seu lugar no Clã, os quadros dos antepassados homens de seu pai, pendurados perto da porta, deveriam ser. Os quatro mais próximos da dispensa mostravam, cada um, um anão de avental em poses altivas exibindo seus malhos. Uma quinta moldura exibia uma tela rasgada lembrando a vergonha que foi seu tataratataratataravô ao, na era anterior, deixar seu posto de ferreiro chefe para tornar-se músico.

- Mãe – disse ele, contidamente. – Eu vou me tornar um cavaleiro, você verá. E serei o anão mais honrado desse e de qualquer outro clã. Montarei um dragão e lutarei ao lado de nosso rei na Grande Guerra! - Terminou ele, bradando, sacudindo a colher e atirando gotas do caldo no rosto de seu pai.

Ele ouviu-o bufar, e virou-se para encará-lo.

- Dragões são coisas de humanos moleque. – Repreendeu-o o pai, do jeito rouco e calmo que falava sempre, enquanto limpava o rosto com a mão grossa e gorducha. Deixando a coxinha que devorava na beira do prato. – O seu lugar é aqui. Conosco, na forja… Nada vai trazer mais honra a um anão do Clã do Aço do que o próprio Aço. Segurar um malho com força e dar com ele numa barra de ferro incandescente! Isso sim é o que deve fazer...

- Isso mesmo Mork, diga para ele! – Rugiu a mãe em apoio.

- Estou dizendo benzinho... – resmungou o pai. – Agora já me perdi. Enfim... Mormek... se busca por honra, fique aqui, onde é o seu lugar.

- Mas pai! Eu quero ser um cavaleiro! Eu quero lutar com uma espada, não fazer uma!

O pai voltou a morder a coxinha, sem saber como expressar seu desapontamento. A mãe voltou a mexer na panela. Mormek terminou a refeição. Estavam todos em total silêncio, a única coisa que se ouvia era o borbulhar do ensopado fervendo sobre a lareira, ele desceu da cadeira e foi até seu quarto.

Lá recolheu suas coisas, vestiu a cota de malha que ele mesmo tinha feito em algum momento da vida durante seus anos de aprendizado com o pai. Pôs sua mochila repleta de roupas e comidas secas para a viagem nas costas, atou um cantil e um saco de dormir a ela, apanhou a espada pendurada pela bainha num gancho na parede e voltou para a cozinha.

Pronto para partir.

- Mãe, pai... Muito obrigado por tudo, mesmo! Mas eu sinto que este não é o meu lugar, eu vou me tornar um cavaleiro! Vocês verão! O maior de todos!

Sua mãe virou-se, uma lágrima marcava-lhe a maçã do rosto e ia perder-se em sua barba.

- Por favor Mormek – disse ela indo até ele. – Não vá!

Ela prendeu suas mãos nas dela olhando-o nos olhos. Ele sentia-se triste por deixá-los, mas sabia que era o que precisava fazer. O que queria fazer!

- Desculpe mãe... eu vou – Ele soltou suas mãos das dela e dirigiu-se para a porta. Abriu-a, deparando-se com o quadro rasgado.

- Mork, diga alguma coisa! – Suplicou a mãe.

- Não tenho mais nada a dizer – resmungou o pai sem levantar os olhos da mesa. – Vá e lembre-se do velho Bohr...

- Eu não vou ser cantor pai... vou ser um Cavaleiro!

Mormek bateu a porta atrás de si, e atravessou as longas e altas galerias pedregosas da grande cidade de Rorkrentekir, passou pelo estábulo e pegou um bode das montanhas, que o levaria mais depressa até a Estrada dos Homens, de onde seguiria para Olívar, a cidade humana mais próxima.