Parte I
Decisão
(Comecem assistindo isso)
(Comecem assistindo isso)
“Quando os
astros se alinham,
e outubro se
escurece.
Quando a Lua
se esconde
e o Sol
desaparece.
Vindos das
ilhas das sombras,
os espíritos
enlevados,
vem buscar as
nossas almas.
É preciso ter
cuidado.” – Cantiga comum em Bilgewater, autor desconhecido.
Mal começara o
dia, as crianças já corriam pelas ruas, fantasias e máscaras serviam-lhes de
disfarces. Buscando por doces e brinquedos, de casa em casa, eram a verdadeira
alegria daquele lugar. O vento soprava, assoviando através das fendas nas
tábuas que cobriam as casas, vindo do mar, trazendo o cheiro e umidade naturais
da maresia.
A escuridão
começava a se esgueirar por cada fresta que encontrava e luzes alaranjadas,
provenientes de lanternas, iam duelando com as sombras, que ameaçavam cobrir
tudo. Afinal, era dia 18 de outubro e o eclipse solar que havia pouco começara,
anunciava o novo Harrowing.
Para aquelas
crianças e os camponeses, aquele ano era apenas mais um, como outro qualquer,
onde adornavam a cidade com lanternas de abóboras, contavam histórias de terror
ao redor das fogueiras e cozinhavam doces e outros quitutes que distribuíam
pela cidade.
Contudo, para
aqueles aptos a compreender a magia que emana da terra, havia algo mais que era
trazido no vento do oeste, que soprava sobre as terras de Valoran. Uma energia
funesta, que a cada ano ficava mais poderosa, vinha carregada pela espessa
névoa negra.
~*~*~*~
O
Alto-Conselho da Equidade, formado pelos três invocadores mais poderosos,
supervisores da Liga, voltavam a discutir, debruçados sobre um mapa, qual seria
a próxima ação para defender Valoran da investida dos espíritos da Ilha das
Sombras.
- Não adianta
apenas ficarmos aqui discutindo como defender estas terras... Temos que
encontrar uma forma de parar estas ondas de poder que a Ilha das Sombras emana
todos os anos! – Disse um deles.
- O que não
adianta é toda vez termos que discutir esta mesma questão! – Retorquiu outro. –
Se soubéssemos a causa de todo este distúrbio no mundo dos mortos, poderíamos
tentar impedir seja lá o que for isso...
- Senhores. Acalmem-se,
por favor. – Pediu a recém chegada Vessaria Kolminye, tentando lembrar seus
iguais de sua função ali. – Nós estamos tomando as providências necessárias
para descobrirmos mais sobre isso, em sigilo. Conseguimos manter incógnito para
a população a verdadeira razão para o afastamento do meu predecessor... – Ela
fez uma pausa observando os mais antigos, certificou-se de que tinha sua
atenção e continuou - O pobre Heywan Relivash voltou louco de sua investigação
na Ilha das Sombras, como sabem bem. E, se as únicas palavras que ainda o
ouvimos balbuciar se mostrarem verdadeiras, nós talvez sejamos os únicos
capazes de parar o homem por trás deste caos...
“Ashram... im… imortal! Morto… mortos…
Ashram! Ahh…! Ashram, não! Mortos. Ashram. Imortal.” – Louco Relivash.
- Nenhum de
nossos emissários voltou vivo. – Lembrou um dos Altos Conselheiros. – Todos os
navios que enviamos foram destruídos, nunca conseguimos ter notícias de nenhum
homem desde o desaparecimento de Ashram, quando tudo isso começou...
- Apenas
daquela mulher que veio juntar-se à
liga – disse Vessaria.
"Apesar
de seu tamanho, a enorme floresta erguia-se à nossa volta como um sepulcro, o
ar frio e úmido e a quietude perversa criavam sensações crescentes de paranóia
e horror. Meu companheiro implorou para que eu voltasse, mas um anseio primeval
me impelia adiante, mais fundo nas trevas." -
Elise, a Rainha-Aranha
- Talvez seja
esta a razão de nosso fracasso – Ponderaram. - Precisamos mandar pessoas
realmente capazes lá, pessoas poderosas o bastante para sobreviverem. Membros
da Liga!
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