Numa noite insone os sonhos vem
sem que seus olhos se fechem. Como se estivessem aguardando pela possibilidade
de te mostrar a realidade do que se passa na sua mente, com a certeza de que as
imagens que vem turbilhonar-lhe as ideias fixem-se em sua memória, à fim de que
você possa concretizar seus desejos e seus anseios. Mesmo aqueles secretos e
misteriosos que rastejam longe da luz para que não sejam vistos pelos que não
possuem as lanternas do seu íntimo.
Nesses momentos você os cria e os
recria, os faz crescer e os julga impossíveis, alimenta-os, ou mata-os,
questionando-se sobre sua verdadeira existência, e fantasia com a realidade que
eles poderiam lhe trazer. Mas, quando parecem tão incríveis que você não poderia
ter força para deixá-los, você agarra-se a eles com tanta força e os vive tão
intensamente que esquece-se que são apenas sonhos.
Apenas sonhos?
Apenas?
Não seriam o bastante, na
verdade, para te fazerem respirar melhor, sorrir mais, refletir mais
profundamente sobre a verdadeira felicidade, e buscá-la?
Por isso, gosto de viver meu
sonhos, tão intensamente que me convençam de sua realidade, pois eles estão
ali, eu os sinto, eu os vejo, todos os meus sentidos são despertados para ele. Minha emoção e minha vontade se depositam neles com tanto ímpeto, que mergulho
no mar mais profundo de mim mesmo, e me afogo em tudo o que há em mim, até que
eu esteja pronto para sair e viver.
Viver-me.
Plenamente.
Talvez seja por isso que gosto
tanto de escrever, pelo menos por isso também.
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